Louca, vegetariana, filósofa, poetisa e cozinheira... Doce e ácida dependendo dos temperos... Dura

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Criacionismo


E eis que pegou seu lápis,
e com este fez as palavras.
Delas construiu versos,
E viu que isso era bom.
E eis que os multiplicou,
e deles se alimentou,
e se embriagou e regurgitou.
E assim fez o amor e o aconchego...
Fez a dor, o júbilo e o delírio...
Fez a graça, a morte e o desespero...
E diante da enormidade,
de toda sua criação,
num instante de sobriedade,
gozou da transformação,
da palavra em calamidade,
e vislumbrando a maldade
da letal inspiração,
já sem culpa, na verdade,
com seu lápis descansou.
Zel Oliveira

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