Louca, vegetariana, filósofa, poetisa e cozinheira... Doce e ácida dependendo dos temperos... Dura

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O uso...

Diante da musa,
o poeta recria
abusa ,desnuda,
escreve, eterniza,
suas odes, sonetos,
sua insana poesia...
Retira seus versos
da carne nas coxas
e bicos dos peitos.
E as rimas, desejos,
da pele encharcada
da púbis macia...
Transforma poeta!
Insiste, abusa...
Lascívia em poema,
pra isso ela é musa!
Zel O.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"Versos pela adoração" ou "Os olhos do vigia de trens"


Me toma
e descobre,
de dentro
pra fora...
Vigia o
avesso,
entende
e devora.
Sem toque
ou volúpia,
num beijo,
deflora...
Mas se olha,
só olha,
com os olhos,
adora...

Zel Oliveira





quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A lenta morte do amor platônico...

Platônico por natureza.
o amor que da incerteza,
nasce, sem consentimento.
Vive, e num dado momento,
Vai-se, que o tempo é findo.
Morre... platônico... lindo...

Z.O.

sábado, 14 de junho de 2014

Soneto à Presa...



Sob a casca de
indomável selvageria,
esconde-se a presa,
inofensiva e frágil.

Enquanto escondida,
acredita-se forte,
mas exposta, perde-se.
Assim, caem as máscaras.

Apenas sentimentos viscerais
de medo e morte sobrevivem.
A presa não. Morre,

precocemente à morte.
Ela sente a dor do tiro,
antes de apertarem o gatilho.


(Zel Oliveira  06/12/2013)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Dorme musa homem...

Enquanto você dorme,
recarrego a razão.
Ontem perdida em ti,
despi-me de mim,
desesperadamente em vão.

Enquanto você dorme,
escrevo, com o cão
aos meus pés,
mordendo-me inocentemente
como filhote que é.

Enquanto você dorme,
fervilho em sentimentos,
dores, amores e sonhos.

Enquanto escrevo,
repousa em meu leito
a musa homem.

(Zel Oliveira)

segunda-feira, 5 de maio de 2014

... e assim divago...

... toma o café e depara-se com a vida,
com as mil personalidades que a cercam.
Toma o café e vive, mesmo sem viver...
...desespera-se...
...sua mente fervilha poesia...
...escreve um poema, e...
...morre...

"...é que quando escrevo um poema é,
algumas vezes como quase nascer,e,
quase sempre como quase morrer.

Ode à Pílula Tranquilizante... ou, O Efeito...

Gentil homenagem à Nelbe Caneca Jorge que tem  todos os dias piedade de minha alma...


            
"Mil sóis iluminam minha face,
e, muito embora tudo seja
parte de um belo disfarce,
doce o efeito da fraqueza,
distraindo a realidade."

Adorável grão que enebria!
Adorável pílula da alegria!

Beija bala minha boca,
de poetiza e cozinheira louca!

Do fel ao céu...
...do inferno ao mel!

" Ah... efeito...
               ...feito...
                  ...feito...
...doce e perfeito...


(Zel oliveira)






sexta-feira, 2 de maio de 2014

Súplica à musa homem...

Sei que por vezes sente,
e assim também sinto eu,
um desejo decerto inocente,
nascido num templo ateu,
de chegar, tão displicente,
e roçar o seu corpo meu.

Sei que não te seguras,
a seus braços trazer bem perto,
e mostrar essas vãs figuras,
já tão vistas, isso é certo!
Meus ouvidos encher com suas juras,
tão vazias... um deserto...

Sei que te bate a vontade,
de agir como fosse um presente,
qual Narciso, isso é bem a verdade!
Mas mostrando que provavelmente,
te domina um desejo que arde,
diluído em lascívia latente.

Sei que preferes assim.
Sei que te agrada esse jogo.
Mas querido... apaga esse fogo!
Por favor... tenhas pena de mim!

( Zel Oliveira)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

... amor e sangue...

 " Todo dia o mesmo sangue derramado,
     todo dia o mesmo amor silenciado..."
                 





Com a boca amordaçada,
e os sentidos deturpados,
coze a cozinheira.

Um boi morto na bancada?
as suas partes decepadas,
tempera a cozinheira.

Corta a carne cozinheira!
Limpa o sangue cozinheira!

Com a alma estraçalhada
e as mãos já calejadas,
vive a cozinheira.

Seu desejo estrangulado,
um amor tão esperado...
... ah!... pobre cozinheira...

Sufoca a voz cozinheira!
Engole o choro cozinheira!

(Zel Oliveira)

domingo, 27 de abril de 2014

"Cheiro de livro é poesia pros meus ouvidos..."
                                     (Z.O)

Sobre o fim...

Se vieres à noite,
e eu estiver dormindo...
Vou ouvir sua voz:
"_Acorde meu bem...
...sinta meu gosto..."
Estarei dormindo nua,
pra sentir sua pele fria...
Doce será seu beijo...
E macios seus cabelos...
Me devorarás aos poucos,
com pequenas mordidas...
A cada beijo,
parará o tempo...
por segundos,
pequenos segundos...
Vou saboreá-la...
Depois voltarei ao sono...
Diluída em puro éter...


(Zel Oliveira)

...

Antes que me deite...
Que me perca em pensamentos...
Que caia em meus sonhos...
Antes que fuja,
dos medos, das neuras,
em vícios letais...
Antes que eu beba,
antes que eu fume,
diversos sabores...
Quero que venha,
doente, macio,
perdido em meus braços,
cansado, vazio...
(zel Oliveira)

...

Invisível e calada,
como a morte ela observa...
Insensível e sozinha,
como um gato, vaga...
Quem ousaria entende-la,
aquece-la, ama-la?
Se como um presságio ruim,
Assola, assusta, apavora?
(Zel Oliveira)

Sobre Gaia

A mãe me mostra asas de fada e um siri morto,
Me mostra que a chuva a obedece...
Um siri vivo e uma gaivota, viva.
Mas derruba sem dó o tronco torto!
Conchas ônix, madrepérolas e furta cor...
Água que brota do chão e molha...
Um urubu matando a fome e mais água...
Que leva e limpa, inodora e incolor...
Microvidas e macromortes nos dá a Deusa,
que inofensivamente vive e desesperadamente mata!
Dá no ouro a vida... e a morte pela prata!
E nos pede pouco ela, a Deusa,
Pede ajuda e algum respeito...
A nós pobres, pobres seres...
que usufrutam do seu leito!
(Zeldir Oliveira.)

...

Como se pouco,
beijo-lhe a face,
envolvendo nas mãos,
seus leves cabelos...

Como se pouco,
olho-te os olhos,
perdendo a razão,
no verde infinito...

Como se nada,
deito ao seu lado,
alisando-te o corpo,
d'alvíssima pele...

Como pouco ou nada,
liberto-te enfim,
poupando o futuro,
dos males, amor!

Zel Oliveira

...



Se eu sentir sua tristeza,
minha essência se transforma...
Se eu tocar em seus cabelos
e cheirar a sua nuca, ah!...
Teu lamento me consome!
E ouço seus gritos!
E sinto suas dores!
As dores de amores,
e as vozes de adeus!
E se beijar sua boca, meu Deus!
Esqueço quem sou!
Das coisas que sei,
desisto na hora!
Nas coisas que sinto,
Um éden aflora!

Zel Oliveira