Procurei-te musa, em todo o maldito breu,
E cheguei até à ver-te nesses corpos descartáveis...
Da ânsia de escrever-te umas linhas respeitáveis,
entreguei-me. Tão doente, descuidada, que o verso percebeu...
Dei-me aos cães. E Até aos furtivos ratos
espreitados nos bueiros escrevi alguma rima
Uma vez um quase lobo e uma ave de rapina.
Outra, um verme descabido de desejos tao baratos..
Mas agora, Oh doce musa, o soneto soa fácil,
em teu corpo tem morada toda a luz da criação.
Dentre os becos, deslizante, encontrei-te, oh dúbio gato,
já perdido, já rasgado,
com o corpo rabiscado,
sorrateiro deu-me a mão...
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